Nossas cordas são de polipropileno, com tratamento UV e antimofo, trançadas.
A civilização da corda A corda acompanha há séculos a evolução da civilização e da tecnologia. Permitiu a construção do Coliseo de Roma, a decoração da Capela Sistina, a conquista do K2 e a exploração dos abismos. Entretanto, dificilmente a encontramos citada entre as grandes invenções que revolucionaram a história da humanidade, como a roda ou a escrita. Porém, um lugar no topo da classificação lhe seria de direito, uma vez que sem a corda, desde tempos remotos, tudo teria sido muito mais difícil: capturar e domesticar animais, por exemplo, navegar, transportar mercadorias, levantar pesos. Também o arco e flexa, a polia e o machado não teriam existido. Mas, quando nasceu a corda ? As primeiras cordas rudimentares de que se tem conhecimento, feitas com fibras e pele, remontam a quase 20 mil anos atrás. Foram, porém, os antigos egípcios , como demonstram algumas inscrições feitas nas tumbas dos faraós, a realizar cordas que, em muitos aspectos eram similares às atuais, compostas a partir de fibras do papiro trabalhado e trançado ao redor de um bastão. Foi justamente ao longo do Nilo que se desenvolveram também as primeiras e importantes aplicações mecânicas das cordas, que com grande probabilidade foram determinantes na construção das pirâmides. Outras civilizações, da América à Ásia, recorreram a tendões e intestinos de animais, crina de cavalo, folhas e arbustos da bétula, do zimbro e do salgueiro, e mesmo de cabelos humanos. O próximo passo foi dado por gregos e romanos: ambos, na realidade, utilizaram o linho, o “sparto” (gramínea do mediterrâneo) e, sobretudo, o cânhamo (Cannabis sativa), do qual descobriram suas extraordinárias propriedades. Do caule desta planta se obtém fibras resistentes e flexíveis, que uma vez tratadas, podem ser torcidas sobre si mesmas e submetidas a tensões até formarem barbantes ou cordas. As cordas eram, então, instrumentos indispensáveis não só em terra (aonde serviam para dar movimento a moendas e polias, para embalar, arrastar, sustentar e elevar), mas também e, sobretudo, a bordo dos barcos. A partir do final da idade média (cerca de 1300) e com a difusão do comércio por mar, a cordoaria se tornou uma atividade estratégica em toda a Europa. Com as primeiras máquinas se construíram cordas cada vez mais resistentes, de até 300 metros de comprimento (para cordas mais longas se recorria a assim chamada entrançadura: um sistema que permitia unir duas cordas, que entretanto dobravam de diâmetro na união, o que impossibilitava o seu uso, por exemplo, em polias. Na Inglaterra foram fundadas dezenas de cordoarias e, em 1328, foi a este propósito, instituído um Ministério das Cordas. Graças ao cânhamo, que crescia em abundância na ilha, os artesãos britânicos conquistaram o monopólio em uma vasta área da Europa e puderam, assim, resguardar por um longo período os segredos de sua fabricação. O cânhamo não foi substituído até os primórdios de 1800. Não obstante fosse necessário tratá-lo com betume, para poder torná-lo resistente à água do mar, evitando assim seu apodrecimento, o cânhamo se revelou a melhor fibra em muitas aplicações. Até nas mais impensáveis, como aconteceu no ano de 1586, quando o Papa Sisto V fez erguer na praça de São Pedro, em Roma, o obelisco egípcio, trazido para lá por Caligola em 39 d.C. A operação de construção do monumento, de 26 metros e 350 toneladas, exigia uma tal concentração dos quase 900 operários, que uma lei vetou a estranhos que se aproximassem dos canteiros de obra, inclusive para conversar. A pena para quem transgredisse a lei era a forca. Mas os trabalhos se revelaram mais complexos do que o previsto. Munidos de 140 cavalos e 44 cabrestantes, no dia 10 de setembro, se inicia a operação de erguimento do monumento. A certo ponto, as cordas que sustentavam em pé o obelisco, estavam cedendo em vista do peso excessivo. Um jovem marinheiro, que estava no meio da multidão, Benedetto Bresca, se deu conta, e transgredindo as ordens expressas do Papa, se pôs a gritar: “Aiga ae corde!” (água às cordas). O arquiteto Domenico Fontana, responsável pela operação, lhe deu ouvidos e deu ordem para que as cordas fossem molhadas. As fibras de cânhamo, reforçadas pela água, se contraíram e o monumento foi salvo. O Papa, em gratidão, lhe concedeu o direito de pedir o que quizece: seu desejo foi o de ser ele, e seus descendentes, quem forneceriam ao Vaticano as palmas para a Semana Santa. Em 1830, o sisal, uma fibra que se obtêm de uma planta tropical, o agave (Agave sisilana), veio a substituir o cânhamo nas aplicações náuticas: ambas possuíam uma alta tenacidade e uma elasticidade entre 1,5 e 4 %, mas o sisal reagia melhor a água salgada. O algodão, de sua parte, fornecia cordas melhores para serem manuseadas, enquanto o sisal, mais econômicas. Mas a verdadeira revolução se deu nos 900, com a introdução dos materiais sintéticos, derivados do petróleo ou do carvão (polietileno, polipropileno, poliéster e náilon). A partir daí as cordas se tornaram, cada vez mais, um item de concentração de tecnologia, capazes de absorver violentas solicitações (como as fibras poliamídicas usadas em cordas de escalada) ou de resistir à abrasão e aos agentes químicos e atmosféricos (como o polipropileno, utilizado na atracação de navios). A elasticidade destas fibras pode superar os 20% e diferentemente do cânhamo, não reter água e, algumas, até flutuar. E há mais. Nos últimos anos, efetivamente, químicos e pesquisadores das grandes multinacionais criaram materiais para a produção de cordas de características extremas. Estes materiais são o kevlar®, twaron® e dyneema®. Uma corda construída com estes materiais (usados também na confecção de coletes à prova de balas) possui uma resistência igual a do aço, levando-se em conta uma mesma seção, enquanto que em paridade de peso, até dez vezes mais resistente. As cordas feitas com dyneema®, por exemplo, um polietileno patenteado pela holandesa Dsm e empregado, entre outras coisas, para ancorar plataformas de petróleo em águas profundas, podem suportar centenas, e até milhares, de toneladas de carga. Além do que, são materiais que suportam agentes ácidos e as descargas elétricas, possuem uma elasticidade muito reduzida, e como no caso do kevlar® (uma fibra para-aramídica produzida pela americana DuPont), não se fundem com o calor, mas se decompõem à temperatura de 500 ºC. O único inconveniente destas novas fibras parece ser, pelo menos neste momento, seu elevado custo. Em contraposição aos materiais, em contínua evolução, a estrutura das cordas permaneceu inalterada da Idade Média aos dias de hoje. Baseando-se na técnica para fabricá-las, existem dois tipos: as cordas torcidas e as cordas trançadas (cada uma das quais possui, obviamente, dezenas de variantes). A corda torcida, que é a construção clássica, é constituída de centenas de filamentos, retorcidos entre si, que dão origem às pernas. As pernas, por sua vez, são torcidas umas as outras, em sentido oposto ao da primeira operação, dando origem à corda propriamente dita. Hoje o trabalho é quase que totalmente feito por máquinas automáticas, mas até há algumas décadas atrás, explica Norberto Pardini, herdeiro da homônima e histórica cordoaria de Camaiore, Itália, “o método adotado era a utilização do vagonete: um carro que percorria uma linha de ferro com algumas centenas de metros, e que retorcia três ou mais pernas puxadas por outro tanto de ganchos, que por sua vez eram movimentados por um sistema de engrenagens. O cordoeiro, no ínterim, acompanhava e controlava a operação ao lado do carro, ou sobre ele”. O mecanismo, lento e custoso, remonta ao século XIV-XV e permitia uma operação perfeita, uma vez que evitava torções muito fortes, ou poucas torções, capazes de inutilizar a corda. Foi exatamente com um sistema deste tipo que a cordoaria Pardini, em 1939, fez para o encouraçado Roma uma corda de cânhamo de 56 cm de circunferência, 200 metros de comprimento e mais de 6 toneladas de peso. Ainda mais volumosa foi a corda, feita em fibra de coco, que a empresa John & Edwin Wright, de Birmingham (Inglaterra), fez para o vapor Great Eastern na metade dos oitocentos (4 pernas, 15 mil filamentos e cerca de 1,20 metros de circunferência). O recorde da corda mais longa, sem emendas, pertence, porem, à londrina Frost Bros., que em 1874 superou os 18 mil metros. Nas cordas trançadas, por sua vez, os filamentos em vez de serem torcidos entre si, vêm trançados uns aos outros e depois recobertos por uma capa, geralmente em fibra sintética. A resistência da corda, neste caso, é devida somente à sua parte interna (chamada alma), enquanto o revestimento possui uma função de proteção, ou estética. A diferença entre os dois tipos é que a corda torcida, apta a amarração e ancoragem, é geralmente mais rígida, se desgasta menos, mantém os nós e pode ser emendada a cabos de aço. A trança, do seu lado, é mais macia e de melhor manuseio, escorre e se amolda mais facilmente, mas pode esconder defeitos em sua parte interna e, sobretudo, render ineficazes determinados nós, em vista de sua superfície lisa.
fonte: Plasmódia Cabos e Cordas http://www.plasmodia.com.br/
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